Conheça o enredo do GRESV Rosa Vermelha para o Carnaval 2018
mar11

Conheça o enredo do GRESV Rosa Vermelha para o Carnaval 2018

ROSA VERMELHA ILÙBATÁ – SAMBA, RAIZ E RESISTÊNCIA ADUBAIYNI. As nuvens agigantavam-se no céu, os raios faiscavam por toda parte e os trovões estremeciam a todos os vivos ou mortos, o poderoso rei – a própria figura divina entre os mortais – bradava em seu palácio. O pilar teocrático do reino estava possesso de fúria e dor. Sua filha, a mais adorada, valente e guerreira fora vítima fatal das artimanhas daquelas que nunca se pode dizer o nome. Tomado por tamanho sentimento dilacerante o rei consulta ao seu babalaô por uma maneira de novamente ver sua amada filha, nem que seja uma única e última vez e instruído pelo velho sábio o rei cumpre todos os preceitos necessários às forças da vida, da morte e da morada dos ancestrais. Porém faltava o principal ensinamento – que foi passado apenas ao rei – fundamento misterioso para o despertar da força dos tambores. O tambor deixou de ser objeto e passa a ter vida, passa abrigar dentro de sua pele e madeira a energia que desperta o ancestral vivo dentro de cada ser e na natureza ou recluso nas mais infindáveis camadas da espiritualidade. Diante dos olhos do decano Alafim o encanto se manifesta, a força espiritual se faz presente e enchendo de alegria o coração do sôfrego pai a natureza se manifesta sob a forma de Adubaiyni, sua amada filha.   ALUJÁ. Xangô estava tão fascinado que ordena a instauração do culto aos ancestrais, tomou para si os segredos e mistérios do culto aos mortos e em vingança às velhas feiticeiras institui o culto apenas aos homens. Um culto que se torna tão proeminente e tão forte quanto aos cultos particulares de adoração às forças naturais tornando a religiosidade alastrada e cada vez mais plural com a adoração mista entre os encarnados, a natureza e os ancestrais divinizados ou rematerializados dentro de segredos e preceitos misticos rigorosos. Tão forte no cotidiano que se enraíza nos mistérios que unem o mundo dos mortais e dos não mortais e presente no mistério infindável que une o material e o espiritual e molda as transversais espiraladas do tempo que move o mundo e as águas do grande rio de almas a desembocar na foz de uma nova história.   ADAHUN. Se por um lado a dor da escravidão aniquilava o corpo, por outro a força mater fazia emergir a resistência que se valia da fé e da irmandade. Na senzala não existia Oyó, Daomé ou Lundandu; não existia dinastia Nago, Bantu ou Efan. Haviam apenas negros escravizados que pela dor tornaram-se irmãos. O sofrimento alimentava a resistência que se manifestava não apenas na...

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Samba Oficial 2017 – GRESV Rosa Vermelha
ago05

Samba Oficial 2017 – GRESV Rosa Vermelha

Deusas da Pele de Fogo Compositor: Aílson Picanço   Interprete: Mateus da Rosa Rufa o tambor! Tremula maracá! Eu sou a deusa da pele de fogo Rosa vermelha canta a saga do meu povo Ouça a flauta sagrada, cantiga milenar O canto tukano-dessana Bramidos pela madrugada O ritual vai começar Ôôô ôôô xamã na aldeia inala o paricá Ôôô ôôô olhos se fecham para enxergar Do nada vem a forca que me forma Animista Yebá Beló Meus seios semeiam a vida Força feminina, um poder maior É a sina que dança pro fogo E domina o tempo e a escuridão Até que o kariwa chegou E a febre terçã se espalhou Impregnada em vestes manchadas Vociferam as rezas cristãs Trazendo cruzes, suas espadas Sucumbindo o nosso amanhã Eu sou Amazônia de pele morena O brado dos filhos de pena, jamais silenciará Pois trago no meu estandarte A lembrança de todos os mártires Que lutaram e defenderam seu...

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Rosa Vermelha anuncia seu enredo para o Carnaval Virtual 2017
nov19

Rosa Vermelha anuncia seu enredo para o Carnaval Virtual 2017

A Rosa Vermelha, 10ª colocada do Grupo Especial em 2016, também se adiantou e pôs no ar a sinopse para o Carnaval Virtual 2017. O enredo, assinado por Victor Farias, traz a força da mulher indígena, da tribo Tukano-Dessana. Confira a sinopse da Rosa Vermelha para 2017:   DEUSAS DA PELE DE FOGO   Né ñe enhõ marikã teropëre A’tiro de pokãti-mehatipã Né ñe enhõ marikã teropëre A’tiro de pokãti-mehatipã (Trecho de cântico sagrado típico da cultura Tukano-Dessana)   Vozes regougas entoavam uma derradeira cantiga milenar enquanto alaridos se ouviam na grande roda sob a cumeeira da Taba Dessana, a morada geral dos filhos da criação. A flauta sagrada ressoava e os velhos xamãs pendiam em transe profundo anunciando o início de uma viagem metafísica ao tempo da criação. Os olhos se fecham e a escuridão do nada primordial assombra a com a lôbrega visão da velha avó do mundo e seu cachimbo de ervas criando-se a partir do nada e para o nada; de sua boca nascem fios de fumaça que vão dar origem ao ser animista de si mesma, Yebá bëló. Em sua lisérgica forma mastiga Ipadu e gera o mundo escuro e frio, também gera os trovões primordiais que regem a imaterialidade junto a Ëmëko Sulãn Palãmim para a criação das camadas do universo e o sistema solar. Então Yebá bëló semeia a terra com sementes de seus seios e cria os seres com vida que descem serpenteando pelos galhos da grande árvore ancestral para dominar o fogo, as armas, as folhas sagradas e os adornos divinos povoando a terra e louvando o elemento primordial de tudo; a força da mulher e a essência feminina. Essência que se entrelaça nos mitos de mulheres que mimetizam-se na alma viva da natureza e trazem consigo a força vital da mata. O poder do sobrenatural lhes pertence, dominar o tempo, os elementos, os animais, folhas, bichos e a vida é a arte da força matriarcal que deixa o plano etéreo e encarna no corpo pintado de vermelho forte como fogo. Força que se enraíza no coração e na alma de cada mulher, de cada filha da terra que luta e que se mantêm altiva nas intempéries da selva. Mulheres que sempre foram o ventre que germina a semente de novas gerações e o seio que alimenta o futuro da tribo, a jovem, a guerreira ou anciã que carrega o fardo das almas do mundo; todas mulheres eternizadas na memória dos velhos que contam ao redor da fogueira o poder das verdadeiras deusas em pele cor de urucum. As marcas da história também se registram nas margens dos rios quando o kariwa empunhando cruzes e espadas, exalando podridão e rum vociferavam rezas cristãs trazendo...

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Rosa Vermelha divulga sinopse para o Carnaval Virtual 2016
out30

Rosa Vermelha divulga sinopse para o Carnaval Virtual 2016

Rosa – Um conto barroco na grandeza de uma flor. Proposta do enredo Nélson, com seu cavaquinho, que me dê licença para fazer de seus versos o fio que conduzirá o nosso humilde carnaval? Me dê as flores em vida O carinho, a mão amiga, Para aliviar meus ais. Depois que eu me chamar saudade Não preciso de vaidade Quero preces e nada mais [Quando eu me chamar saudade Composição: Guilherme De Brito / Nélson Cavaquinho] As flores são uma das formas mais comuns, mas não menos gloriosa, de se prestar uma homenagem. São o símbolo mais puro da beleza, do reconhecimento e do carinho, as flores trazem a iconografia da grandeza, receber flores em sua homenagem é ter a consagração feita com a mais perfeita criação divina. No entanto, dentro de um imenso jardim há aquela flor que sempre se sobressairá, não é atoa que carrega o título de nobreza atribuído por poetas inspirados e por amantes apaixonados. A rainha de todas as flores é a que exala o perfume mais sedutor e o orvalho quando cai à noite desliza sobre o rubro veludo de suas pétalas revelando toda a perfeição da natureza quando desabrocha a mais bela Rosa Vermelha. Fazer um carnaval, real ou virtual, é como tratar um jardim. Devemos cuidar de nossas criações, garantir que cada detalhe esteja em seu lugar, cada cor esteja em harmonia, cada textura, cada palavra tem que estar em sintonia. Regamos nosso carnaval com suor e lágrimas emocionadas, fortalecemos nossas raízes com comprometimento e vontade, cuidamos de nossa roseira para que seus botões floresçam em vermelho vivo, para que seu perfume conquiste cada um que esteja assistindo nosso trabalho, cuidamos para que nossos pés, assim como as raízes, estejam sempre plantados no chão, firmes e fortes para que possamos, humildemente, prestar a homenagem a grande mestra da arte de fazer carnaval. Rosa Magalhães e seus 45 anos de carnaval serão lembrados com muita emoção, com euforia bordada em um sentimento chamado inspiração. Introdução Sopram os ventos que trazem consigo o ar da inspiração. Ventos que sopram sobre um palco, aparentemente vazio, até que sua cortina é levantada, um grande ato está por ocorrer: Por detrás do grande pano encarnado um enorme jardim se revela, uma grande Rosa Vermelha desabrocha sobre o olhar de um casal apaixonado. As luzes se apagam, e reacendem revelando uma menininha envolta com anjinhos barrocos de brasilidade. “A casa começa ficar cheia E no grande ato No bumbum praticumbum Ouvi alguém perguntar Que tititi é esse? João e Marias O Incrível homem que só tinha medo de quase nada Marquês, Dom Quixote e Catarina de Médici...

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