Conheça o enredo do GRESV Recanto do Beija-Flor para o Carnaval 2018
mar11

Conheça o enredo do GRESV Recanto do Beija-Flor para o Carnaval 2018

RECANTO DO BEIJA-FLOR BAQUAQUA – VISÕES DA LIBERDADE Por Andre Dubois Baquaqua nasceu foi criado na cidade de Zoogoo ou, como chamaram os franceses quatro décadas depois, Djougou. Sua cidade natal fica no atual Benin. A Zoogoo do início do século XIX era ainda desconhecida dos europeus, já que ficava numa região mais central da Costa noroeste da África. Zoogoo era uma próspera cidade situada no meio da Rota D`Ouro. Região de intenso intercâmbio comercial e de passagem de diferentes povos. Uma região de muitas línguas, culturas e crenças! Um espaço de muitos contatos! A Rota D´Ouro, como o nome sugere, levava à região várias caravanas de homens que desejavam enriquecer. O ouro não era a única riqueza! Por ali os homens comercializavam alimentos, o marfim e a cultuada “noz de obi”- também conhecida como “noz de cola”. A cidade de Zoogoo era protegida por seis portais. Cada portal conta a genealogia de um povo que tinha vocação de guerreiro. O número 6 era um número sagrado para os moradores de Zoogoo. Assim como no ocidente acreditamos que os trevos de 4 folhas trazem sorte, os moradores da cidade natal de Baquaqua acreditavam que as “nozes de obi”, segmentadas em 6 partes, seriam símbolos de sorte. Membros do palácio real da cidade usavam colares com nozes de seis esferas como símbolos de poder, status e diferenciação social. A religião islâmica era preponderante na cidade de Zoogoo. Durante séculos os califados árabes no norte d´África expandiram o islamismo por diversas regiões do continente. A cidade negra de Zoogoo tinha no Alcorão seu livro de fé. A nobreza de Zoogoo mantinha uma belíssima mesquita na cidade. Essa mesquita era o grande ponto de solidariedade dos moradores da cidade, pois lá eram prestados todos os serviços do que podemos chamar de uma “cidade estado”.Na mesquita as crianças eram alfabetizadas. No mundo islâmico a alfabetização era garantida a todos os fiéis, já que para se estar em contato com Alah era vital saber ler o Alcorão. Muitos séculos antes das grandes nações “civilizadas” do ocidente garantirem a universalização da alfabetização, as regiões dominadas pelos califados já viviam essa realidade. Aos meninos eram ensinados os números! Se esperava que os meninos praticassem, quando adultos, o comércio da Rota D´Ouro. Foi nesse ambiente de incríveis contatos culturais que cresceu o menino Mahommah Baquaqua. Já adulto Baquaqua se especializaria em comercializar a noz de obi- noz de cola. Em África essa noz é conhecida como “fruto sagrado”. Ela é comida nos acontecimentos mais importantes dos povos que vivem nessa região.Segundo um ancião africano: “A cola é um símbolo de unidade entre os homens e Deus. A...

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Samba Oficial 2017 – GRESV Recanto do Beija-flor
ago03

Samba Oficial 2017 – GRESV Recanto do Beija-flor

Dona Rosa, Não Foi Seu Cabral Quem Descobriu o Brasil Dois Meses Depois do Carnaval Compositores: Isac Ferreira, Diney SP, Rafael Ferreira, Raphael Soares, Victor Fernandes, Victor Nowosh Interprete: Victor Nowosh Ô dona Rosa,  Não é mentira de primeiro de abril A Recanto contou que não foi “seu” Cabral Quem descobriu o Brasil Da união divina assim surgiu O céu, a terra e o mar Nascem as plantas e os animais O mundo é o fruto de sete atos de amor Os Deuses num belo sopro de inspiração Dão cor e vida à sua criação Como uma aquarela a colorir A pele dos homens… Diversidade a surgir Para a terra mais bonita, nova Rani, Povo Maori a embarcar Navega e vai, navega e vai,  No leste o seu destino encontrar Luzia… No seio da mãe natureza Cinco povos a desabrochar Para desbravar novos caminhos E marcar com força seu lugar Porém… na dor de um pesadelo A chegada do homem branco O amor dos Deuses fez ruir Tomara que um futuro mais bonito Se anuncie como um sonho Para o paraíso se...

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Recanto do Beija-Flor mostra equipe e enredo para 2017
nov23

Recanto do Beija-Flor mostra equipe e enredo para 2017

A Recanto do Beija-Flor consolida sua equipe para o Carnaval Virtual 2017, além de apresentar o seu enredo para o próximo desfile. No departamento artístico, Eduardo Tannús (ex-Caboclinho Verde) se une a Andre Dubois e Alberto Lemos. Na área musical, entra Victor Nowosh (ex-Nenê do Brasil). O enredo para 2017 é uma provocação às convenções que se vêem nos livros de história do Brasil, e conecta a Polinésia e a mitologia Maori ao Brasil. Confira a justificativa e a sinopse.   DONA ROSA, NÃO FOI SEU SEU CABRAL QUEM DESCOBRIU O BRASIL DOIS MESES DEPOIS DO CARNAVAL! JUSTIFICATIVA O enredo da Recanto do Beija-Flor de 2017 já tem no seu título uma provocação. Não é uma provocação apenas ao carnaval da Imperatriz Leopoldinense do ano 2000 e sim à historiografia e aos livros de História. Nessas terras não descobertas pelos brancos, já tínhamos por aqui civilizações que merecem o protagonismo dos autóctones. É um enredo cheio de implicância. Implicância para com as convenções. Se a chegada do homem à América tem como teoria mais aceita a passagem dos homens pelo estreito de Bering, nós optamos pela menos convencional teoria da chegada dos maori polinésios, via Pacífico, à América do Sul. Esse povo do mar, andarilho, corajoso e heroico teria chegado aqui em suas canoas, pelo menos nove séculos antes de Jesus de Nazaré pregar na Galileia. Nossa narrativa é uma história que ultrapassa o tempo dos homens. Por isso mesmo não podemos contá-la sem a ajuda de seres atemporais. Por isso fomos buscar na antropologia, nos mitos e crenças dos maori polinésios suas compreensões sobre a criação do mundo por seus deuses. Os polinésios são bastante diferentes de nós no que concerne à sexualidade. Falar de sexo para os polinésios é como falar de comida, de amizade, de qualquer coisa cotidiana. Para eles, uma relação sexual não é pecado. Muito pelo contrário! O sexo é a salvação e a criação! Foi através de atos sexuais que seu casal de deuses criadores (Lono e Kila) criaram o mundo. Sete atos de amor, cada um referente a um dia da semana, criaram o mundo e tudo que nele há. Você pode estar se perguntando: essa história contada é verdade? Querido leitor, esqueça seus padrões de verdade e ciência! Nessa narrativa, adentramos no mundo dos mitos. Mitos, como lembra-nos o renomado antropólogo Levi Strauss, que existem para significar o mundo e tudo que nele há. Os mitos são como fontes para nossa existência. Eles forjam um universo de magia, leveza e beleza, assim como o carnaval. Eles invertem, subvertem, colorem e desbotam o mundo que chamamos de real. Numa Gênese de sensualidade...

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Recanto do Beija-Flor apresenta sua sinopse para o Carnaval Virtual 2016
nov01

Recanto do Beija-Flor apresenta sua sinopse para o Carnaval Virtual 2016

Menininha do Gantois, Menininha do Tororó: Recanto de Água doce e fértil… Oxum-abutre trouxe a chuva de volta E com ela a fertilidade do solo e os alimentos E graças a Oxum a humanidade não pereceu. (Prandi, A mitologia dos Orixás, p. 343) Uma das histórias mais bonitas que nos foram trazidas pela força das vozes dos negros aqui chegados d`África remete-nos a abdicação de Oxum de seus atributos mais conhecidos: a beleza, a vaidade e todas as efemeridades atrelada a Ela (Oxum). Rezam as vozes que no início dos tempos do mundo, os orixás se rebelaram contra Olodumare-Senhor Supremo. Eles alegavam que o Olodumare vivia muito distante. Uma distância espiritual, afetiva e geográfica para com os próprios orixás e os homens. Decidiram não mais prestarem obediência ao Senhor Supremo e também destroná-lo, distribuindo entre eles o poder do axé. Olorum irado tomou medidas drásticas: retirou a chuva da terra e a prendeu no céu. O Ayê foi tomado por uma terrível seca. Com a seca veio a fome e com a fome a morte. O ronco das barrigas e a palidez das faces começaram a falar mais alto que o orgulho dos rebeldes e seus planos de levante. Os orixás passaram dias em reuniões e resolveram, por unanimidade, ir a Olodumare implorar perdão para que a vida na Terra voltasse ao normal. Eles tinham, no entanto, um imenso problema: como chegar à inalcançável e distante morada do Senhor Supremo? Enviaram pássaros mensageiros, mas todos pereciam exaustos, sem sequer chegarem perto da casa de Olorun. A seca e a fome devastavam a Terra e seus habitantes. Foi quando Oxum resolveu intervir. A vaidosa Oxum transformou-se num belíssimo pavão o que causou gargalhada no concílio de Orixas.Um tremor de gargalhadas sacudiu a Terra: “Vais acabar se machucando, gracinha!”. E lá se foi Oxum-pavão seguindo em direção ao Sol, voando as alturas do Orum em busca do Palácio do Senhor. Mesmo tão exausta Oxum estava determinada em sua missão. O sol foi enegrecendo suas lindas penas de pavão. As penas da cabeça ficaram ressequidas, o pavão tinha queimaduras em todo o corpo. Quase morta, Oxum, a ave em estado miserável, chegou à porta do palácio de Olodumare. O Senhor Supremo se compadeceu da pobre ave e a alimentou e deu água. Olorun perguntou a ave feia, sem nenhuma beleza, o porquê de tal jornada. A ave, agora transfigurada num feio abutre, explicou ao senhor o que estava ocorrendo no Ayê. Descreveu homens morrendo de inanição, a falta da água e o total caos da Terra. Agora damos voz às próprias vozes de África: Olodumare, penalizado com a pobre ave, deu-lhe a...

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