Confira a sinopse do enredo da Acadêmicos do Setor 1 para o Carnaval 2016

Como a noite está bonita, quantos mistérios, mundos e prazeres me aguardam? Faz tempo que não sinto essa coisa estranha, volúpia? Luxuria, talvez… Um mundo de cores, esplendores e amores me aguarda no grande casarão vermelho.

Leões zelavam a bela senhora, que era o retrato perfeito da mulher. Com uma rosa entre os fatos cheios exalava paixão:

“Venham, venham! Conheçam nossas meninas, nossos
segredos e desejos…”

Bem-Vindo ao Cabaret!

“O show está prestes a começar…”
“Uma taça, por favor!”

A plateia escurece e começa o espetáculo. Como era perfumado o lugar, um balsamo suave parecia vir do ventre da mulher. Eram Deusas que surgiam, fecundaram a vida e eram cultuadas pela fertilidade. Heresia, mas não pude deixar de notar as maravilhosas sacerdotisas. Uma pedra, que mais parece um manuscrito é cultuada pelas meninas de cinta, era um tal código… Hamurabi, que garantia direitos àquelas que não procuramos em casa. Ninfas? Gueixas? Filhas de Afrodite contemplavam a ternura. Do alto, surge a grande e misteriosa rainha do Nilo embebida de leite de cabra e mel. Bons tempos, em que o prazer não era velado pela hipocrisia do pecado, em que foi possível a sedutora fêmea ditar os caminhos da nação. Apaixonada ou não, pôs Cesar aos seus pés.

A luz se apaga e um som forte tomou o lugar de horror, espanto e dor! O homem no afã de reinar, a subjugar as coisas mais preciosas do universo, segregaram aquelas que eram para procriar, daquelas que os ensinaram a amar… Nasciam casas que fizeram Roma lucrar e ao mesmo tempo, terras ortodoxas, jogarem pedras com intolerância. Apedreje-a! Prostituta! Meretriz! Eis, que uma divina dama, chega graciosa e nos entrega um cálice de vinho: “Meu corpo, meu sangue…”, seria o daime vermelho da Santa Ceia diante dos meus olhos? E como era doce…

O palco se enche! Luxo, pompa e pouco caráter! A bela Marquise D’Pompadour surge iluminada, em tons de prata! Era Versalhes diante dos olhos! Ela, que fez a felicidade de Luís XV… Mas não foi de graça! Seria um desperdício, a bela senhora, estrategista de vocação política, ser apenas uma cortesã do rei, não seria? Junta-se a madame, Bolena, rosto inglês que excomungou uma pátria. Na cena, uma bailarina enigmática risca o chão de forma sedutora, orgânica – todos estavam em transe. Apresentou-se como Mata… Mata Hari, uma “femme fatale” que levara para o quarto os segredos influentes.

Não sei se bebi demais, ou se o cenário nos transportou para terras tropicais. Seios negros, desnudos, lindos como ele só… Mas, não era crioula qualquer, tinha requinte e fidalguia, parecia que a noite era garantia de uma presença que o destino não lhe reservaria de graça. Fofocas e causos do Imperador apontavam aspiração e mistérios a caminho do mar. Qual bela Santos via o monarca? Cortesã de mil amores, seduziu até aquele que presidia a nação… Transitamos para o Rio, parece o nosso tempo, seria a Lapa? Que absurdo! Era um malandro chamado “Madame”, que se impôs com uma navalha, do templo dos desejos, arcabouço da época que renegava os presentes do sereno.

Não, não pode ser, já vai amanhecer e o silêncio da lua se vai! És a festa para celebrar a enamorada forma de ser. Convocam cabrochas, mulheres da noite e poetizas. E eu, um moribundo, entregue à própria sorte, tendo que me justificar. Expulso, só vejo um malandro sorridente, sua Padilha indo buscar…

Finalmente lamento, quando hei de voltar? Essa fase também é minha, não preciso me acanhar… E a última imagem que fica é da bela moça, bonitinha, mas ordinária!

E a taça se quebrou!

Author: Carnaval Virtual

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