Conheça o enredo do ARESV Arranco da Fgaf para o Carnaval 2018

ARRANCO DA FGAF
Outra vez na passarela, o mundo inteiro espera pra ver a Ilha passar… Segura a marimba!

Introdução:

No próximo carnaval virtual, o Arranco da FGAF vai homenagear o Grêmio Recreativo Escola de Samba União da Ilha do Governador. A querida agremiação carioca, que completa 65 anos de fundação em 2018, será exaltada na tela do computador através de seus enredos históricos e sambas antológicos. E ninguém melhor para conduzir essa viagem recheada de alegria e emoção do que um dos maiores personagens da União da Ilha: o saudoso Aroldo, que tem Melodia até no nome…

Sinopse:

“Respeitando opiniões de outras agremiações
Eu sou mais a União.
Com ela aprendi a ser sambista
E hoje sou até artista dessa escola popular”

“Canta minha Ilha!” Quem diria? Hoje a tua história é carnaval… Aguenta, coração… Teu manto azul, vermelho e branco resplandece e traz lembranças saudosas, que nos fazem reviver belos carnavais. Se a FGAF chamou, nossa irmã tricolor, então vamos lá! Outra vez, bordar o sorriso no rosto desse povo tão sofrido e exaltar teus grandes momentos, que o mundo inteiro nos espera. É hoje o dia… Segura a marimba!”

“Eu vou tomar um porre de felicidade
Vou sacudir, eu vou zoar
Toda a cidade”

“O que será?” Me perguntou o artista, procurando um jeito original de homenagear a minha União da Ilha. Sem notar, ele mesmo já tinha matado a charada. “1979! Carnaval de Adalberto Sampaio, com samba de minha autoria com o grande Didi”. Após uns minutos sem compreender, o artista logo sorriu. E assim nossa conversa fluiu…

Deixemos as datas de lado. Afinal, é carnaval! E pra falar da Ilha não precisa de cerimônia – “Sou a comunicação”! Com simplicidade e beleza, o bonito é barato. Vamos embarcar nessa alegria que, atravessando o mar, ancora na passarela ano após ano. No maior show da terra, minha escola me faz rei no meio da gente modesta e quase me sinto o dono dessa festa… Profana, sim, senhor! Mas que, mesmo assim, faz a vida ter mais cor, dá um porre de felicidade e sacode a cidade! Entre confete e serpentina, vem na magia! Pois o rei mandou e a FGAF vai cair dentro dessa folia. Vamos juntos reviver as muitas facetas da União da Ilha.

“E o povo na boate ou gafieira
Esquece da segunda-feira
Nesta cidade formosa”

Talvez o traço mais marcante e lembrado da União da Ilha seja sua comunicação com o público. Não é à toa que ela é conhecida como “a segunda escola do coração de todo carioca”. A União é do povo, assim como o grande Mestre Joãosinho, celebrado num sonhado reino da folia. Do paetê e do miserê, fez o povo mais feliz, como no bar da ilusão do poeta Didi… Bebendo a vida que a gente sempre quis, a Ilha é pura paixão! Balança mas não cai, Boêmia é! Com Ari Barroso, fez-se Aquarilha do Brasil e riscou a saudade nesse chão.

Ah! Mas nada foi mais popular do que aquele inesquecível DOMINGO! Na sutileza do amanhecer, minha escola viveu mais um dia de alegria, colorido pelo sol… Saudando os que vão pra mata, pra cachoeira e pro mar, A Ilha eternizou mais um samba nesta cidade formosa…

“Vem ver, vem ver a bateria arrepiar
Xirê, Sapucaí vai tremer
Pra Fatumbi Ojuobá”

Mas nem só de homenagens e temas de apelo popular a Ilha faz seus carnavais. A União também é cultura! Ao cantar as Ilhas desse mundo de meu Deus, me encantei vendo imagens que jamais imaginei… Nas ondas do mar, a tricolor foi de Madagascar até Marajó. Inocente e brincalhão, fiz da Ilha a minha tribo, batendo o meu tambor pro dia clarear! Quizumbei, “tupini-ilha” sem canudo e de cocar, exaltando os precursores da nossa história.

E por falar em história, trouxe lendas que cruzaram além-mar e fez da viagem da pintada encantada outro memorável carnaval insulano. Espalhou mistério, magia e muita fé, valorizando a cultura afro-brasileira… Na cultura Iorubá Nagô, apresentou Fatumbi Ojuobá, mostrando a força do nosso axé e a grandeza da nação brasileira. Minha Ilha foi afro, foi Ilha de Todos os Santos.

“Da nova era que virá
Eu sou um sonhador sou ilusão
Que tá dentro do teu coração”

A inocência do imaginário infantil é outra marca bastante famosa da União da Ilha. Com belos carnavais, a minha tricolor mergulhou no mundo dos sonhos e da fantasia, fazendo o público voltar a ser criança… Como no cavalinho azul da bruxinha boa, que varreu a tristeza dos corações na maior felicidade, sacudindo a cidade com muito fuzuê e confusão! E quem não se recorda do cavaleiro sonhador que vestiu a fantasia e foi à luta, atrás de mais um sonho impossível? O povo gritando “Olé!”, a bateria deitando e rolando, e, numa louca ilusão, delirou o povo de alegria.

Ah, são tantas histórias… É só escolher! Minha querida escola já até convidou os brinquedos para a brincadeira e levantou poeira! No reino da ilusão, vieram personagens da imaginação de um carnaval fascinante! Foram tantas travessuras ao léu… Tantos banhos de felicidade… Como por magia de um “Abrakadabra”, minha vermelho, azul e branco encantou a cidade e me fez sentir o mago de um mágico mundo que gira sem parar! Com sorte e fé, carrego minha figa de guiné pra zoar na avenida.

“E o realejo diz
Que eu serei feliz”

Profética e misteriosa… Sim, essa Ilha é envolta de magia, podes crer! A dúvida pelo final, a curiosidade pelo desconhecido também já esteve presente nos carnavais da União. Foi assim que fiz viagens extraordinárias, por mundos conhecidos e desconhecidos, num delírio aventureiro! Chamei Verne pra me guiar e, além do infinito, desvendar e chegar a qualquer lugar… Tempos depois, com as bênçãos de Nzara Ndembu, mergulhou na sabedoria banto para fazer girar as ampulhetas da magia. Com a justiça de Nzazi, desvendei as leis do universo e compreendi que é tempo de fé e União, é tempo de plantar o amor…

Ah, o tempo… Esse mistério que sempre fascinou os corações insulanos! Mesmo vivendo o HOJE, o dia da alegria, minha Ilha nunca deixou de se perguntar: como será o amanhã? Essa dúvida, que já me fez procurar bola de cristal, jogo de búzios e até cartomante! O Amanhã, o que virá? Vitórias? Glórias? Novos dias de alegria, sonho e ilusão? Responda quem puder!

Para a Ilha e para o Arranco da FGAF, diga lá, cigana: como vai ser o destino?

Na simplicidade do realejo, a confiança de que, aconteça o que acontecer, a gente será feliz…

Enquanto isso, vamos vivendo, fazendo nossos carnavais, na avenida ou na internet… E que o destino seja como Deus quiser…

Thiago Laurentino
Carnavalesco e Autor da sinopse

Author: Netto

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