NOBREZA DA BAIXADA
DOS MITOS, LENDAS E CRENDICES: FLORIPA, A ILHA DA MAGIA
Refazemos o feitiço, recriamos o encanto
Num piscar de olhos reencarnamos
Reencarnamos o mestre das letras
Letras bailam e anunciam a ressurreição do grande escritor Franklin Joaquim Cascaes
Saído do paraíso dos contos, do céu dos escritores
Cascaes informa, anuncia:
Na Baixada tem Nobreza, Na Nobreza tem Grande Rio
A Baixada grita, a Nobreza clama “Y-Jurerê Mirim “ vem ai!
A encantadora ilha das Bruxas eu “quase” vi
Uma comunidade toda em prantos eu presenciei, mas é história passada
Uma nova história há de nascer, uma nova história há de ser recontada
Renascido do fogo fui apresentado, mas não como esperado
De ritual bruxólico citei, na avenida do povo morei
Chegou a hora, vou reapresentar
Dos mitos, lendas e crendices – Floripa, a Ilha da Magia
Num passe de mágica, o céu clareia
Feitiços rolam e eis que surgem as primeiras vassouras mágicas
Vassouras essas que nos conduzirão à Ilha de Santa Catarina
INICIO
Chegamos enfim a Florianópolis e somos surpreendidos
Um mar branco com detalhes vermelhos, sim vermelho
Mar de felicidade, um rio de festividade vai passar
O Sagrado e o profano bailam com cadência, num perfeito ritmo
Esse mar tingido de branco embala a cidade
Folguedos e barraquinhas dão o tom da felicidade
Felicidade anualmente festejada desde 1994
Mas a tradição vem de muito tempo
Séculos atrás: mais exatamente no século XVIII
Passo a Passo eu vou
Como uma multidão, feito uma procissão
Sou feito de símbolos e rituais
Momentos marcantes a ti e a mim
Sou da lavação da imagem
Vou da transladação
E, por fim, chego à Procissão
Procissão de Senhor Jesus dos Passos
Ritual que se repete há 252 anos
Fé que irradia, e sempre será assim!
Tradição vivíssima
Tradição com raízes profundas nessas terras
A lá Portuguesa
Que seguiam sim
Linda e brilhante era ela, a estrela
Sentido a Belém
Em versos cantados foram adentrando
Adentrando e anunciando a chegada dos Reis, assim sendo
O Terno de Reis
“O que fazer agora? ” Era a pergunta
“Desistir! ” Foi ouvido
Queimada em dor e sofrimento
Alas e Alegorias voando em cinzas
Cinzas que se apagaram lentamente
Lentamente a dor maior sumiu
Evaporou, Desapareceu!
Um dia eu choro
Outro dia eu comemoro
30 primaveras a completar
30 motivos para festejar
Uma grande homenagem está prestes a iniciar
Não tem fogo e nem chuva
Que tire a vontade de dar a volta por cima
É uma volta por cima sim!
A Nobreza da Baixada convida você
A “reassistir” a homenagem
Para a mais importante ilha do sul brasileiro
Atravesse essa ponte rumo à luz da reconstrução
Em suas tradições e folclores
Diversas especialidades se encontram
Mas a protagonista é uma
Festival que comemora a abundancia
Comemorada no inverno – Festa da Tainha
Uma brincadeira cultivada e preservada
Originária de Galícia
Uma comunidade autônoma da Espanha
Registra as primeiras referencias do costume
Da falta de cabeça, coloque o Mamão
Inicialmente de “O Folguedo do Boi Falso”
Ou até mesmo de Boi de Pano da Ilha de Santa Catarina”
Apreciada principalmente entre o Natal e o Carnaval
De brincadeiras do boi, sou O Boi de Mamão
Evitar o Êxodo rural é a missão
A Festa do Morango nasceu
Variada gastronomia
Mas só uma estrela brilha
O Verde milho na Festa do Milho Verde
Do Almoço Colonial, a presença da Rainha e das Princesas da festa
Num grande baile animado pelas Bandas
Produtos coloniais e artesanais são típicos
Mas o destaque da festa ainda há de chegar:
O Desfile da Colonização
Bem-vindo à Festa Regional do Pão de Milho
Da grande quantidade de Mel
De grande fabricação de queijo
Motivou a organização da festa
Para divulgação e comercialização
Angelina tem a Festa do Mel e do Queijo
De Angelina a Itajaí
Quatro dias de festividades
Cheios de simbolismo
Repletos de curiosidades
Aqui há tradição
Pratos típicos em concurso
Bailes Tradicionalistas e até Torneio de Gado Leiteiro
Aqui há Festa do Colono
Logo ali eu vou
Não diferente do resto do pais, também sou folião
A Cultura do povo sou eu, Carnaval – a Paixão nacional
Aqui também tem
Sou da passarela Nego Quirido
São 25 estrelas que brilham
Sou Protegidos da Princesa
DOS CARIJÓS AO MUNDO AQUÁTICO – ENCANTOS DO FUNDO DO MAR
Aparente, quase igual
Dos guaranis eram muito familiares, carijós eram
Etimologia oriunda de Tupi
Descendentes dos anciões era Karai-yo
Ajudar era necessário
Navios solicitavam ajudas
Ajudados eram sempre
De tão solicitados, o pior aconteceu:
Traídos pela boa fé
Anteriormente brancos amigos, mais tarde inimigos traiçoeiros
Ameaça eles eram
Arte de curar – avançada
Ventosa aplicada pelos lábios do pajé era o principal remédio
Dos cantos e costumes
Da terra aos mares
Na língua dos piratas eu entendia
Um “Jig” aqui, um “Jig” lá
Piratas tomavam suas bebidas, seus “Grogs”
Animados estavam
Do Capitão ao Swab, melhor dizendo, o marinheiro que limpa o convés
O Medo rondava, o pânico pairava
Meta maior, era única:
Desbravar e acabar
Desmantelar as lendas que habitavam o mar
Comemorar apenas quando destruísse o desconhecido
Mas o pensamento já estava
Ver bem alto a “Jolly Roger”
Fascínio tão grande os enganaram
O Medo tão grande os afundaram
Mais um naufrágio ali aconteceu
Voz que seduz, voz que fascina
Belezas da natureza aqui habita
Novo mundo onde
Mulheres metade peixe metade deusas
Enfeitiçam os homens carentes
Marinheiros inocentes
Entre sereias, eis que surgem as ondinas
Seres típicos desse mundo novo
Seres enfeitados de pérolas
Unicamente e especialmente
As grandes protetoras das Pérolas da Grande Ilha da Magia
Num visual diferente
De cor verde-esmeralda predomina
Mesclando com o azul do fundo
De perto uma beleza natural
De longe um espetáculo fenomenal
Companheiros das ondinas e sereias
Seres que habitam o mar
Mar repleto de peixes
Surge pequenos, pequeninos cavalos marinhos
No balanço do mar
Da esquerda para a direita
Assim surgiram golfinhos dando as boas vindas
Da direita para esquerda
Em busca de alimento, pinguins
Indo e vindo
Polvos e arraias completavam o balé
Dança das águas vivas, baleias completam a cena
Corais para incrementar
Peixes aleatoriamente sobem e descem
Subindo para anunciar a Festa da Nossa Senhora dos Navegantes
Bailando nas ondas do mar
Singrando um cortejo,
Barcos brancos, barcos floridos
PARAISO MÍSTICO
De troco apenas um sorriso sincero
De felicidade apenas um obrigado sincero
Generosidade uma característica
De sua particularidade a sua disposição
De Calor de Figo a mal olhado
De Cobreiro a Zipra
Na arte de afastar os males
Na graça de aliviar dores, encontra-se em Pântano do Sul
Antes da procura médica
Passe garantido na benzedeira
Estranho não? Não, apenas diferente
Sou benzedeira
Sessenta praias ele possui
Brancas como jasmim
Truque para captura-lo era fácil, infalível
Traga uma corda com sino bronzeado
Domá-lo conseguia sim
Pois ele andava por ali!
Não só ele, mas também uma criatura
Criatura e criador era ele
Metade homem, metade lobo
Andando atrás de suas presas
Furioso sempre estava
Faminto se encontrava
Atrás de suas presas, sim ele se encontrava
Levantando-as como troféu
No calor da noite, da meia noite
A lua brilhava forte
Airosa e donairosa
Venusta era ela
De noite
Misticamente amigos, entre sete vidas
As setes se presenciam no ambiente
Negritude felina, gato preto
Pelo negro
Companheiros fieis das feiticeiras
Varinhas encantadas
Vassouras embaladas
Caldeirões pulsam
Vermelho, o sangue brilhou
Verde, a treva acordou
Amarelo floresceu
Floreando o caldeirão, o rosa pulsou
Encantou, fascinou… assustou
Roxo gritou
Pelo de gambá
Unha de crocodilo
Asa de morcego
Sangue de cabra
Por último, mas não menos importante
Sacrifício mais que especial
Sacrifício humano
Bruxas sorriem, contentes elas estão
Jogando cada ingrediente
Especialmente escolhidos
Requisitados pelo seu superior, Lúcifer
Criancinhas sugadas, chupadas
No Morro do Rapa, extremo norte da ilha
Estão a comemorar uma vitória diabólica
Um grande balé está a acontecer
Vestidos escuros rodopiam
Deixando assim o ambiente sombrio
Sim, ainda mais sombrio
Esvoaçados cabelos
Roupas retalhadas
Comemorando vitórias diabólicas
Entre beleza e a feiura, uma verruga existia
Pulsando o pé forte no chão
Cantos eram citados
Louvação ao senhor das trevas
No visual incrível, magnífico
Bode se envolve, participa
Morcegos rodopiam
Integram o sabá
Feitiços e Feitiçarias
Mudando vidas, destruído outras
Excepcionalmente inteligente, safas
Assim eram as bruxas e seu balé
Acreditar é necessário
Dois motivos para convencer
Tradição e cultura
Místico é e sempre será
Dos mitos dessa ilha
Das lendas dessa terra
Das Crendices desse povo
Floripa – A Ilha da magia
Y-Jurerê Mirim está de volta.
Autor do enredo – Brayan Andrade
Pesquisadores – Brayan Andrade e Caio Barcellos