Conheça o enredo do GRESV Acadêmicos do Setor 1 para o Carnaval 2018

ACADÊMICOS DO SETOR 1
FORDLÂNDIA

Fordlândia…

A cidade de Ford, aquele que um dia revolucionou a indústria com seu modelo rígido e repetitivo, sonhou erguer uma cidade à sua imagem e semelhança. Não amparada num sonho de ser Deus, mas na ambição de poder lucrar ainda mais, produzindo sua própria borracha. Era o plano perfeito, a imortalidade no seio da mata e o império imbatível da Ford Company.

Vieram barcaças, máquinas, engenheiros e tantos mais para erguer, entre o Amazonas e o Juruena, a tal cidade. A promessa de desenvolvimento e riqueza levou a um grande deslocamento de brasileiros e estrangeiros para o lugar. Logo, revoltas e insurreições se tornaram corriqueiras: caboclos, ribeirinhos e operários tiveram que engolir goela abaixo modos e costumes que não o pertenciam.

A Floresta da Borracha, às margens do Tapajós, logo se viu arruinada pela praga, ante a petulância de quem achava que conhecia os segredos daquele verde. Henry, que sequer pisou na Amazônia, teve, talvez, o seu maior fracasso! As luzes de Fordlândia se apagaram, restando na memória dos ribeirinhos aquele tempo e a inspiração dos artistas que a eternizaram. As ruínas fizeram da vila uma cidade fantasma, alimentada pelo imaginário popular.

A força natural ou o mito da Mundurukânia, dos donos da terra, teriam se imortalizado e impedido que o industrial suplantasse? Entre lendas e memórias, o desejo atroz se viu aos pés da Virgem de Aveiro, que tinge de verde o seu manto na reconquista do solo caboclo.

Author: Netto

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