Conheça o enredo do GRESV Mocidade para o Carnaval 2018

GRESV MOCIDADE
TAMBORES DA VELHA SERRA

Sinopse

A velha serra tem histórias para contar,
Tem gente que mora no pé ou no alto,
Que vem e vai por todos os lados,
Ah, a velha serra de tantos reis e rainhas.
Quando cai a noite, quando chegam as estrelas,
O céu vem para o chão pisado e levanta poeira,
Louvadas sejam as vozes de quem fez história
Pois é assim que a velha serra fala,
Ô sorte!

Bendito louvado seja a tua ancestralidade,
O teu congá iluminado e ornado de flores,
Os teus santos e teus rosários a nos proteger,
E chega toda gente tão humilde e sorridente,
As vestes alvas ou coloridas para a celebração,
Saravá o couro das ngomas que irão tocar,
Abre caxambu, com a licença do pai maior,
Fala jongueiro!

E de lá do alto, sob a vigia abençoada,
O candeeiro alumia o caminho,
Saúdo todo o povo que vem para a roda,
Saúdo meu povo Bantu,
Saúdo titio com titia, boa noite!
Saúdo papai com mamãe, bom dia!
Saúdo o terreiro de todo mais velho.
Lá do alto, canta o galo macuco e o carijó,
Saúdo minhas santas almas benditas,
Saúdo o cruzeiro das almas,
Saúdo todo povo do cativeiro,
Para de feiticeiro me livrar,
Ô sorte!

E a nossa cantoria vem de lá dos tempos idos,
Lá no interior e suas fazendas.
Dos cafezais semeados com cantoria,
De passarinho e de tanta gente,
Depois desabrochava em flor,
Aí chegava o tempo da colheita,
No sequeiro do café, a riqueza da casa grande,
No pilão, na moenda e nas senzalas o meu irmão,
Auê, meu irmão café que resistiu,
Olha nós ai!

Pisando o seu caminho por aí,
O Jongo foi trilhando a sua história,
E seguindo o balanceado do trem,
Trouxe gente no vapor para subúrbio.
E aquela gente festeira subiu o morro,
Lá fez o seu ponto de resistência.
Dia festivo era dia de santo,
A sinhá batia o sino da capela,
O jongueiro acendia a vela,
Vai para a roda jongar!

E assim a velha serra viu sua história ser escrita,
Veio gente da estiva para afirmar seus valores,
O povo negro na liderança popular.
E essa gente feliz, fez a sua batucada,
Com “Prazer” desfilaram suas fantasias,
Até que um “Império” de bambas surgiu,
Herdando as tradições dos mestres e mestras,
De Tia Eulália e “Seu” Nascimento,
De Aniceto, Vovó Líbia e Seu Antenor.

Ô irê, irê, irê…
E pelas mãos de Darcy e Tia Maria,
Batuques, crianças e festanças,
O jongo como grupo musical.
Ô irê, irê, irê…
Altivo e majestoso em Madureira,
O Jongo da Serrinha,
Sentinela da resistência cultural,
Ô irê, irê, irê…

E assim vou caminhar que o mundo,
A bênção de Deus por quem te fez nossa raiz,
Levanta povo, cativeiro acabou,
E os tambores da velha serra,
Jamais se calarão,
Machado!

 

Author: Netto

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