Carrancas – As protetoras do Velho Chico
Autor: Comissão de carnaval
Oh São Francisco
Rio por onde tanto naveguei
Hoje sou apenas uma velha carranca
Mas por essas águas tantas coisas pude conhecer
Oh São Francisco
Velho Chico que muitos habitam
Opará, rio-mar, de tantos povos e culturas
Meu rio… do pescador, da lavadeira, dos ribeirinhos
Oh São Francisco
Caudaloso rio, das matas fechadas
Das águas que molham o sertão e fazem surgir grandes lavouras
Banham terras que brotam vida
Oh São Francisco
Dos povos vazeiros
Das comunidades dos fechos e fundos de pasto
Gente da roça, gente da terra, gente do rio
Oh São Francisco
Rio da resistência
Dos índios que lutam por suas terras
Dos quilombolas que buscam melhor sorte
Oh São Francisco
Rio dos barcos, barcos que navegaram o mundo
Atravessaram o mar, gigantes
Aqui aportaram, e o rio transformaram
Oh São Francisco
Das lendas e mitos que causam medo à população
Da Mãe D’Água, da Pesadeira, da serpente da ilha do fogo
Do Caboclo e do Nêgo D’Água
Oh São Francisco
Daqueles que muito acreditam
Daqueles manifestam sua fé
E com ela buscam proteção
Oh São Francisco
Dos grandes mestres carranqueiros
Que esculpem na madeira figura feia
“Carrancuda”, forte
Que na ponta das canoas atormentam o medo
E protegem a embarcação
Oh São Francisco
De Mestre Guarany
Da carranca que deixa o barco
Da fé que vira arte
Do artesanato feito a mão
Oh São Francisco
Meu rio, rio do mundo, rio-mar
Velho Chico
Rio da vida, das águas que nunca vou deixar