GRESV Imperador de Iguaçú lança enredo para o Carnaval 2017

“De Cunhas, Milton. Irreverência, alegria e Saravá!”

De um passado glorioso,

Desde sua origem, surge o herdeiro de uma história que cruzou o mar e veio de Portugal. Nas Terras de Cunha, uma família era conhecida por sua grande quantidade de hectares. Até o Rei apelidou, de tão notável. Que com muita honra tornou o apelido, nome de uma família de suma importância para a corte portuguesa. Tão importante que veio para o Brasil com toda a pompa Real.

-Mas para saber como foi parar na Amazônia, Só Deus sabe… talvez hipnotizados por uma índia boazuda de seios de fora¿ Ou por um cacique gostosão com o corpo todo pintado¿

Porém nessa história, nenhuma loucura superaria o que ainda tardia a chegar. Eis que em 19 de março de 1962 nasce o tão aguardado membro desta família. Se um navio não suportou a loucura de Dona Maria. O Pará foi pouco para o Pequeno Milton, que se deslumbrava de casa ao assistir, eufórico e vibrante, o balançar das fitinhas de metaloide douradas de um Salgueiro que desvendava as Minas de ouro do Rei Salomão.

Pronto! Destino traçado. O jovem Milton já sabia o que queria. Queria fazer Ópera, Peças de Teatro…. Queria ser artista. Mas para isso, comeu pelas beiradas, e iniciou sua formação como psicólogo. Se formou jovem, e partiu para o Rio de Janeiro para encontrar sua Alma Carioca. A chegada ao Rio, de pau de arara, e sua fortuna de 100 reais na carteira não desanimaram nunca seus sonhos e sua vontade de fazer acontecer. O rapaz, que chegou e foi direto tomar um banho na Rodoviária “Novo Rio” onde tudo era Novo, tirou de letra toda a malandragem carioca e foi para o bairro mais tradicional da Cidade. Foi parar em Copacabana, lugar mágico, onde todos os sonhos acontecem. E para ele não foi diferente, se hospedou em um quarto com mais seis, dormiu em beliche e se completou com sua vontade de estar Carioca.

E mal sabia tudo que ainda estava por vir. Logo, o rapaz talentoso iria ser organizador do concurso mais tradicional da Nata carioca, o Famoso; Garota de Ipanema, onde jovens em trajes de banho desfilavam toda a sua beleza. Entre elas o início de uma amizade que também seria o início de sua carreira, A loira e bela Fabíola, amiga de quarto do jovem sonhador.

Ao desfilar, a jovem moça despertou a atração de muitos, entre eles, Anísio, o Famoso presidente da Escola de Nilópolis. Ao saber da proximidade de Milton com a moça que tinha um belo beija-flor tatuado em sua panturrilha, o Famoso Bicheiro da baixada resolve então conhece-la e conta com a ajuda de Milton para poder ser apresentado… muitas aguas ainda passariam por esse Rio.

Tudo normal, para uma tarde de julho, até que Fabiola recebe uma ligação perguntando se seu amigo Milton Cunha sabia fazer desfile de carnaval, e ele a responde que não. Que sabia fazer operas e peças de Teatros, até então seu sonho. Mas tudo que ele precisava estava a ser colocado como aposta pelo então Presidente da Escola. Que ao ver os desenhos de suas Óperas, encheu sua veia carnavalesca. Foi o que bastava para Milton Cunha ser anunciado com Carnavalesco de sua primeira escola de samba; Beija-flor de Nilópolis.

Iniciou sua carreira com um enredo para mostrar de onde veio, com toda a inteligência e sua longa pesquisa, Milton Cunha floresceu a Sapucaí com um enredo Amazônico, retratando Margareth Mee, e sua bromélias. Rendeu um 5º lugar a escola, mas nada que o ano seguinte não rendesse experiência para que o então carnavalesco ditasse moda, quando em 1995, levou para Sapucaí nada menos que um canto lírico junto ao enredo de Bidu Sayão. Há quem se esqueça dos gigantes cisnes carregados por doze homens nos braços¿

Os aplausos foram muitos em sua carreira, muitas bandeiras passaram em sua vida, e nelas, seu traço de artista do povo foi deixado, seu legado de homenagear a brasilidade e personagens do Brasil nunca foram esquecidos. Como não citar sua alma africana, seu axé, sua grandiosidade. E não parou por aí.

Assim como o Pará não foi grande o bastante para Milton Cunha, o Brasil também teve que ficar pequeno, e logo começaram os convites para fora, Ele se internacionalizou. E há quem ouse em dizer que ele voltou muito “americanizado”, porém são somente boatos. Pois sempre levou em seu coração seu jeito brasileiro de seguir em frente, e seu batuque de pandeiro para animar a todos que passam por sua vida; que é um grande carnaval.

E por falar em carnaval, hoje, a Imperador de Iguaçu se faz grata por todos os seus feitos. Rendendo homenagem ao Professor, Doutor, Mestre, Carnavalesco, filho de Rosa Magalhães com Joãozinho 30 e o presente de Exu que nos foi dado. Milton Cunha, hoje o Saravá é em seu nome.

…E eis que a plateia se curva e vê chegando, na penumbra do Gelo seco, um ser, com muitas penas, em cima de um Elefante dourado, com um tapete de jardim Indiano sob seu dorso, guiado por 48 negros Egípcios, rendendo flores em sua passagem para trazer, Milton Cunha, A grande estrela da Constelação Carnaval.

Author: Netto

Share This Post On