GRESV Império da Fênix lança enredo para o Carnaval 2016

 “Memórias de um velho rio doce”

Oh Meu rio doce…
Suas águas que se encontram com o mar,
Que me dão o meu alimento de cada dia.

Brincar em sua margem e logo depois
dormir ao som da intensa floresta e ao fundo a correnteza que se quebra sobre rochedos .

Em um dia que o céu não era mais o mesmo e que a mata se encontrava triste e solitária ainda tenho guardado na memória  eu e meu bando fomos ao encontro do rio doce ,chegando lá nos deparamos com invasores que eram homens e mulheres brancos com vestis.

Eles estavam em pequenas embarcações pintadas, fomos caminhando silenciosamente pelas matas sem rumo os seguindo e chamando outras tribos que pertenciam aquele território a beira, os  Crenaques e Botocudos .

A ameaça aportou  em nossa terra com crueldade ,destruindo nossas arvores, esmagando nossas plantas e no meio de imensas grutas, eles acharam
Pedras, Ouro e começaram a rouba-las.

Enfurecida as tribos surgiram e os atacaram   com metais afiados, machucando muitos indios e brancos  por ali. A Terra manchada com sangue que escorria até o rio marcava  a ambição do homem .

Depois de noites se recuperando , Os invasores surgem novamente, muitos de nós  fugiram outros ficaram para lutar.
Nossa tribo foi destruida por eles
os tornando mais  fortes e nos deixando  isolados.

Com o passar do tempo,  destruiram
nossas plantações de cana de açucar, de café cortaram nossas arvores e  formavam montanhas com pedaços de madeiras retiradas dali.

Fizeram grandes maquinas retirando as riquezas construindo grandes Vilas e Ranchos, ocupando as aréas de cultivo até as margens nomeando de Ouro preto, Mariana e Piranga.

Novos  homens e mulheres foram morando naquelas construções feitas de barro seco com pedaços quadrados brilhantes .Continuaram invadindo nossas areas e nos dominando ,tiravam nossos costumes ,Artesanatos, Pinturas em pedras, molduras entre outros costumes e muitas noites foram perdidas pelo sentimento do medo.

Quando fui raptada por eles
Eu implorei pra pararem de maltratar a natureza. A Nossa mãe iria ficar furiosa e um dia se cansaria e iria desvastar tudo que tinha a frente ,eles não acreditaram em mim .Depois de tardes presa em um local que só conseguia ver reflexos do sol
eu consegui fugir dali.

Os  poucos animais que  restaram ,por nós eram preservados.
Nossa pesca era sagrada sobre aquelas águas ,
O sol que iluminava nossos céus ao final da tarde sempre se escondia entre as imensas montanhas.

Eles faziam festejos nas ruas
Com vestis coloridas e brilhantes
,pulando e cantando e atribuindo seus costumes aquela terra que não era mais a mesma que nossos antepassados viveram .

Depois de decadas de sofrimento
A Mãe Natureza se revoltou com tanta destruição, tantas feridas pela mata.

Estavamos em Bando andando quando outros tribos surgiram desesperados e chorando
Quando chegarmos a beira do rio
Ele estava sendo coberto por lama
Toda nossa terra sendo massacrada
Fugimos chorando sem acreditar
Por fim, Nosso Rio Doce estava Morto.

Author: Netto

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