4ª colocada do grupo na edição passada, a ESV Astro Rei da Folia apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual.
De autoria de Lucas Guerra, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “Flores para Oswaldo – O Astro Rei do nosso Jardim”.
Confira abaixa sinopse oficial:
Flores para Oswaldo – O Astro Rei do nosso Jardim
JUSTIFICATIVA
Das memórias carnavalescas das décadas de 80 e 90 surge a flor que hoje reverenciamos. Dos palcos, estúdios e coxias para a Marquês de Sapucaí. Foi através da leveza e das narrativas que seu nome ganhou fama.
Os discursos em primeira pessoa transportavam o espectador para dentro dos desfiles, as fantasias leves e objetivas davam conforto e alegria aos componentes, a espuma moldava seus delírios carnavalescos e materializavam as ideias postas no papel para a avenida.
Nessa volta no tempo, hoje, a Escola de Samba Virtual Astro Rei da Folia, adentra o campo florido para cantar, e homenagear, a carreira de um artista que fez da Sapucaí o seu espaço de sonhos. Entre flores e festa vamos embarcar na obra daquele que deixou as réguas e esquadros para aprender com plumas e paetês.
Celebremos os 10 anos de existência do projeto que nos acolheu, cantemos a carreira do gênio que há 22 anos nos deixou nessa viagem de delírios e saudades. Que o Carnaval Virtual 2025 seja tão florido quanto o nosso jardim. Orgulhosamente trazemos as “Flores para Oswaldo – O Astro Rei do nosso Jardim”.
SINOPSE
“Veja o orvalho vem caindo
Cheiro das matas vem surgindo
Vou navegar meu rio mar
Mistérios que vou desvendar”
GRES Unidos da Tijuca 1999 – ‘O Dono da Terra’
Vicente das Neves, Carlinhos Melodia, Haroldo Pereira, Rono Maia e Alexandre Alegria.
Papéis, folhas, réguas e canetas
O destino era traçado por linhas pretas
Se o estudo foi na engenharia
A paixão se deu na cenografia
Seus passos o guiaram por onde desse
Nos bastidores construiu sua carreira na Manchete Foi Arlindo, de Imperatriz e Salgueiro,
quem o guiou Pelas plumas, penas e aljofres se encantou
A magia e o fascínio pela festa se tornaram real
O brilho que via em seus sonhos se transformou em carnaval
Um novo mundo, de alegria e festejou, adentrou
Entre franjas, vidrilhos e pompons, sua carreira iniciou
“Fez do palco uma bandeira
E da carreira uma religião
Guarda banca no cinema
No rádio e na televisão”
GRES Estácio de Sá 1986 – ‘Prata da Noite’
Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Estácio
O berço do samba lhe chamou
Nas terras de Ismael seu sonho começou
Fez o melhor para que tudo saísse belo
Deu início a sua trajetória falando de Otelo
Da ópera que o batizou ao palco que fez de bandeira
Do cassino que trabalhou e fez de sua religião a carreira
Macunaíma marcou seu nome nesse chão
Em noite de lua cheia prateada brilhou o leão
“Xeu Epá Bàbá!
Xeu Epá Bàbá!
Axé Brasil
Pai Amado saravá! Saravá!”
GRES Império Serrano 1989 – ‘Jorge Amado, Axé Brasil’
Beto Sem Braço, Aluisio Machado, Arlindo Cruz e Bicalho
Oswaldo seguiu sua jornada de chegou na Serrinha
De lá embarcou em uma viagem rumo à Bahia
Na obra do escritor fez mais um carnaval
Seguiu os passos do Opaxorô
E cantou a terra da pimenta, do dendê e cacau
Trouxe os balangandãs e rendas para Madureira
Com as águas da lavagem e a Tenda dos Milagres
A verde e branco sacodiu e levantou poeira
Cantou aquele que foi escolhido por Xangô
Falou da fé do país e de um Jorge que o Brasil amou
Salve Bahia que jamais nos deixa tombar
Viva Jorge, o nosso Amado Ojuobá!
“Lá os guias protetores do planeta
Colocaram o futuro em suas mãos
E através dos orixás se encontraram
Com o deus dos deuses, Olorum”
GRES Unidos de Vila Isabel 1993 – ‘Gbalá – Viagem Ao Templo Da Criação’
Martinho da Vila
Pelas bandas do Boulevard 28 de Setembro aportou
Uma história africana então contou
O mundo perdido e destruído precisa de salvação
Que seja feita a cura e a humanidade busque o perdão
A esperança do adoecido Oxalá
Está na pureza das crianças que vivem cá
Viajaram pelos céus e viram o mundo ser criado
Se encantaram com as belezas dos Orixás
E com fé seguiram, perpetuando seu legado
Do barro viram a modelagem do homem
Nas sete águas, a força que tudo some
Foram sete cores que o indicaram a direção
Atravessando um grande portal
Chegaram no templo da criação
“No fundo do mar
Tem um castelo que é do rei Sebastião
Tem mandinga tem segredo
Meu amor eu tenho medo
De brincar com assombração”
GRES Estação Primeira de Mangueira 1996 – ‘Os Tambores Da Mangueira Na Terra Da Encantaria’
Chiquinho Campo Grande e Marcondes
Seguiu jornada chegando ao morro de Mangueira
Tingiu seus sonhos nas cores da bandeira
E fez feliz a cidade e a favela inteira
No imaginário do Maranhão fez morada
Nos medos e assombrações das lendas
Uma nova história seria contada
A taba sagrada dos indígenas era sagrada
E por uma mula sem cabeça
A carruagem encantada era puxada
No fundo das águas um palácio dourado
Coberto de conhas e areias
Lá havia um touro rei coroado
Cantou o Nordeste e desembarcou no Sudeste
Fez dos barracos de zinco uma arena
Entre guerras e monumentos trouxe a deusa Atena
Ofertou aos deuses gregos uma festa luxuosa
Apresentou o morro de Mangueira
Em forma de Olimpo em verde e rosa
“Maré que vem,
Maré que vai, vai, vai
Mantendo um sonho que não se desfaz”
GRES Unidos da Tijuca 1992 – ‘Guanabaram, o Seio do Mar’
Beto do Pandeiro, Gilmar L. Silva e Vicente das Neves
No Borel deixou sua marca registrada
Com muita leveza e alegria
Fez a comunidade ser consagrada
Sonhou grande e tornou real
Da alimentação diária brasileira fez carnaval
Sobre as águas da Baía de Guanabara um delírio
Submerso no seio do mar nos fez andarilho
Viajou de Gama até a Sapucaí
Com o Vasco fez a arquibancada explodir
Olhando para dentro veio a refletir
Que Brasil é esse que estamos a assistir?
As verdejantes matas de outrora
Nos inspiram cada vez mais
Falar dos verdadeiros donos da terra é agora
Que a natureza siga viva e preservada
Que o homem branco entenda que essa terra é sagrada
Replantou o amor no jardim da vida
E hoje, em forma de homenagem, as flores são colhidas
Oswaldo de tantos brasis e histórias
Oswaldo de tantos Jardins em nossas memórias
Nesse cortejo de carnavais
Cantamos e celebramos um artista dos mais geniais
Agradecemos pela obra e aprendizado
Seguimos aqui na tentativa de honrar seu legado
Que o nosso luminoso Astro Rei siga iluminando
O homem que ainda hoje nos inspira a seguir sonhando
“Farturas encontrei, com as plantas conversei
Com as bênçãos de Rairu sentei pra meditar
Se a lua for minguante eu peço a proteção
Me deixa com as guerreiras festejar”
GRES Unidos da Tijuca 1999 – ‘O Dono da Terra’
Vicente das Neves, Carlinhos Melodia, Haroldo Pereira, Rono Maia e Alexandre Alegria.
REFERÊNCIAS
CARNAVALIZE; ANTAN, Leonardo; AVIS, Thiago. O jardim tropical e multicolorido de Oswaldo: #SérieCarnavalescos. [S. l.], 21 jun. 2018. Disponível em: https://carnavalize.com/seriecarnavalescos-o-jardim-tropical-e-multicolorido-de-oswaldo/. Acesso em: 11 abr. 2025.
GALERIA ESPAÇO ABERTO. Oswaldo Jardim um grande carnavalesco. [S. l.], 8 fev. 2010. Disponível em: https://www.galeriadosamba.com.br/espaco-aberto/topico/oswaldo-jardim-um-grande-carnavalesco/91862/. Acesso em: 11 abr. 2025.
GALERIA ESPAÇO ABERTO. Seis anos sem Oswaldo Jardim. [S. l.], 30 jun. 2009. Disponível em: https://galeriadosamba.com.br/artigos/seis-anos-sem-oswaldo-jardim/sambadeando/343/. Acesso em: 11 abr. 2025.