Império Iguaçuano apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2025
6ª colocada do grupo na edição passada, o GRESV Império Iguaçuano apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual. De autoria de Fernando Saol, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “Chão de Léguas e o Tambor das Encantarias “. Confira abaixa sinopse oficial: CHÃO DE LÉGUAS E O TAMBOR DAS ENCANTARIAS PRÓLOGO (abertura) Lá na Trindade! Onde Nego Véio apareceu Era seu Bogi Buá, Sentinela da Porteira Que vigia Santantônio dos Pretos E abre a gira Onde a cura é praticada com tambores e magia Quem não tem medo, pode pedir Ao Raizeiro, ervas para preparar O ritual que se inicia, é agora Quem tem medo, vai embora Na Avenida, a magia vai se espalhar LOUVARIÊ (setor 1) E assim começou… Eles contam que no início Viviam na plantação Na lida da fazenda Colhendo o algodão Lá na beira do riacho Onde a água serpenteia As pedras do lajeado Do abundante Itapecuru Em Codó, não se duvida Da força dos Encantados Que invertem a rota dos rios Que tantos irmãos libertaram Babassuê mandou firmar A energia para o bem E na sua pajelança Encantados vem também O silêncio foi rompido lá na Mata Na clareira, ouço passos de Bogi Buá É dele o comando, a partida É Légua que inicia a tamborzada O som que irradia a energia E o movimento que dobra o Babaçu A reza comandada por Barba Soêra Encantaria de caboclos e voduns CHÃO DE LÉGUAS (setor 2) Pega no chifre do Boi, com raiva vai mugir Santo Antônio glorioso Laçou o boi, não deixou ele fugir E choveu, caiu água em mundaréu Gloriosa Santa Bárbara Me vigia lá do céu A roda se abriu Coli Maneiro cantou! Pediu pra aplaudir O Irmão Lauro Bogi Dobre o joelho na beirada do Gongá Louvariê, não tem peji! Marimba e maracá! O tambor tocou reunir E na roda vai chegar… Chegou, Codó parou! O vento que aqui ventava Em instantes não mais ventou E da Mata agora vem Uma luz que até cegava Encantados de Légua, Senhor Caxeu, Rei Camundá E o Valente Tufão das Matas PELAS ENCANTARIAS… (setor 3) O Tambor vai abafando Até o som do trovão É Terecô, meu senhor É do couro, a vibração! Tem fujão em Mirador Tem quilombo em Coroatá A magia só ferve, pajé Nas matas do Roncador No Brejo da Cassiana E no Beiço Caído Quem tem medo de Encantado Melhor nem entrar no Rio No balanço das marés Nas areias bailarinas É a família da Turquia...
Estrela Guia apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2025
7ª colocada do grupo na edição passada, o GRESV Estrela Guia apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual. De autoria de Facundo Ortega, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “O Santo Rei dos Cambá”. Confira abaixa sinopse oficial: O Santo Rei dos Cambá Cruzando rios e destinos, vindos do Paraguai, de Buenos Aires, de Santa Fé…Em Corrientes, a pele preta pisava em solo novo, porém os passos carregavam memórias ancestrais. Naquela terra estranha, a imposição da fé Cristã assombrava e oprimia. Porém, os povos africanos, com alma forte e olhos brilhando fé, não esqueceu os seus: Oxum se encantou no espelho d’água da Virgem Maria; Olorum soprou bênçãos ao lado de Tupã. E Xangô, o Rei da justiça e trovão, encontrou em São Baltazar a resistência e sincretismo: negro como a noite, nobre como rei. Com a licença de seus senhores, em meados do século XVIII, os negros tomavam as ruas em batuque e dança. Era o Candombe! E no coração da fé pulsava São Baltazar, o Rei Mago de pele escura, que vestia as cores de Xangô e recebia flores, cantos e orações. Ali, a devoção era resistência. Baltazar não era só santo — era símbolo, era espelho, era liberdade no compasso do tambor. As Cofradías, Guardiãs do Sagrado, nasceriam em 1772 com a Cofradía de San Baltazar y Ánimas. Dela brotaram irmandades por todo o virreinato. Reuniam-se não só por fé, mas por identidade — negras e negros que queriam viver, sorrir, cantar, mesmo sob o olhar dos opressores. As festas eram cores, rezas, fantasias, procissões… Nas ruas, com permissão dos donos e bênção dos padres, a alma negra se manifestava em ritmo, dança e fé. As cofradías eram escudos — e também asas. O tempo soprou liberdade: em 1812, os ventres foram libertos. Com o fim da escravidão em 1852, os negros buscaram morada. E a acharam, na beira do rio, sob as bençãos de Oxum, chão simples e fértil. Ali cresceu um bairro — chamaram de Camba Cuá, a “cova dos negros”. Misturaram-se os batuques aos cantos guaranis, os atabaques às rezas. A fé de São Baltazar ganhou abrigo nos altares domésticos. A casa virou templo. A festa, resistência. O bairro, berço da cultura afro-guarani. Surge a Charanda: canto que dança, dança que conta. Com violão, tambor e coração, soava a alma de um povo: “Es negro el ritmo en la sangre, pero al cantar se expresa en dulces palabras el guaraní” Fragmento do chamamé “Corrientes Cambá” Chega cinco de Janeiro. Na casa da família Caballero, tudo se transforma: a...
Recanto do Beija-Flor apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2025
9ª colocada do grupo na edição passada, o GRESV Recanto do Beija-Flor apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual. De autoria de Alberto dos Santos de Lemos, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “O Príncipe do Areal: Ancestralidade e Resistência Negra no Sul do Brasil”. Confira abaixa sinopse oficial: O Príncipe do Areal: Ancestralidade e Resistência Negra no Sul do Brasil Justificativa A história da população negra no Brasil meridional há muito sofre o pior processo de invisibilização sistemática dentro de nosso país. O tradicionalismo sulista frequentemente exalta a figura do gaúcho como um homem branco de ascendência europeia, ignorando a presença negra e indígena na formação do estado. Nada como um personagem subversivo, contraintuitivo, para obrigar a historiografia a sair de sua zona de conforto. Exaltando a figura do Príncipe Custódio Joaquim de Almeida, a Recanto do Beija-flor presta uma pequena contribuição no processo de “desapagamento” do aporte dos negros para a formação do estado onde se encontra o maior número relativo de autodeclarados adeptos das religiões de matriz africana e afrobrasileira, o Rio Grande do Sul. A figura do príncipe carrega um peso simbólico, pois ele se tornou um ícone para o movimento negro e para as religiões afro-gaúchas. Entendemos que sua história não depende apenas de comprovações documentais, ela vive na memória coletiva e na afirmação cultural. Sua biografia não se encerra no passado. Ela continua em cada ritual, em cada canto, em cada ação da negritude gaúcha, pois os grandes ancestrais como ele nunca morrem. Exaltemos sua memória. Um príncipe em terras gaúchas “Ele era um príncipe de Porto Alegre. Ele não era um príncipe por ser filho do Ovonramwen Nogbaisi. Ele era príncipe dos pobres, príncipe do povo. Ele era reconhecido assim pela população”. (Rodrigo de Azevedo Weimer) Fugindo do genocídio imposto pelos europeus na costa da Guiné, Osuanlele Okizi Erupê seguiu o caminho contrário de seus irmãos agudás. Nunca antes sequestrado e escravizado, ele cruzou o Atlântico para viver no Brasil, pouco tempo depois da Abolição oficial da escravatura. Aqui ele se estabeleceu como homem livre, imigrante, e assumiu o nome Custódio Joaquim de Almeida. Depois de passar um tempo na Bahia e no Rio de Janeiro, recebeu orientação dos búzios para seguir para o extremo sul do Brasil, na província do Rio Grande de São Pedro. A região era sabidamente difícil, bem mais fria e com sequelas de sucessivas guerras, uma verdadeira encruzilhada de três países. Ali os negros escravizados haviam sido submetidos a sucessivos suplícios. Mas Custódio não foi à procura de lamentações. E, de fato,...
Estrela Dalva apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2025
10ª colocada do grupo na edição passada, o GRESV Estrela Dalva apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual. De autoria de Pedro Ribeiro, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “IMORTALIDADE”. Confira abaixa sinopse oficial: IMORTALIDADE Mortais! É isso que somos. A única certeza que temos nesta vida é a de que seremos consumidos pelo inexorável tempo, o infalível ciclo da existência, meros corpos finalizando nossa estadia terrena devorados pela decomposição. E a consciência, a experiência, a memória, se esvaem também? E se pudéssemos prolongar um pouco mais a nossa jornada por aqui, subverter as leis naturais para termos novas chances, novas oportunidades? Surge a incessante busca da espécie humana pela vida longa, pela imortalidade. A tão sonhada oportunidade de viver para sempre, imitando deuses ao consumir a ambrosia. Tentou com fórmulas e experimentos alquímicos no afã de encontrar a pedra filosofal, aquela que transmuta metais em ouro e pode também prolongar a vida. Buscou a fonte da juventude, o elixir da vida longa, o cálice divino, qualquer substância mágica que aumentasse o tempo nesse planeta. Lutou contra os oxidantes, fez cirurgias plásticas, inventou substâncias para rejuvenescer e aumentar a expectativa de vida. Como as antigas múmias, sugeriu a criogenia – imagina, se congelar e acordar em um futuro, digamos, melhor? E, se o corpo morrer, mas a mente continuar circulando por microchips e nuvens de dados? Quando alcançaremos a singularidade? Em outros planos, a alma poderia viver para sempre, como creem diversas religiões. Inclusive, retornaria para o plano terreno em outra carne, como prova pela constante evolução. Os feitos de um ser humano também podem se perpetuar e serem para sempre lembrados: glórias e derrotas, governos e revoluções. Até as obras de arte, exibidas em museus e galerias, imortalizam seus autores e autoras. Não são os acadêmicos chamados de imortais com seus fardões? Como estrelas em uma calçada da fama, mantêm-se em evidência em um mundo onde é fácil ser esquecido. E, por falar em amor, a saudade é uma forma de imortalizar alguém que aqui nos despertou sentimentos especiais. Erguem-se palácios para um amor que nunca morre, surgem inspirações para poesias e canções. Depois que nos deixam, viram estrelas no firmamento, onde, para sempre, brilham, deixando seu legado para os que aqui teimam em permanecer. Afinal, como diz Adélia Prado, “o que a memória ama, fica eterno”. Valeu, valeu, valeu, Luizinho...
Imperiais de Madureira apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2025
11ª colocada do grupo na edição passada, o GRESV Imperiais de Madureira apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo Especial, na edição comemorativa dos 10 anos do Carnaval Virtual. De autoria de Marcos Felipe Reis e Lucas Santoro, a agremiação irá defender, em 2025, o enredo “O Hilário cortejo de um Rei”. Confira abaixa sinopse oficial: O Hilário Cortejo de um Rei Apresentação A Imperiais de Madureira alça voo com sua águia imperial para celebrar o legado de Hilário Jovino Ferreira, o “Lalau de Ouro”, que, com seu batuque e irreverência, reinventou a forma de se pular o carnaval no Rio de Janeiro do início do século XX. Entre confetes e serpentinas, celebramos os carnavais de outrora e, com muita nostalgia, lembramos do esplendor dos ranchos carnavalescos e o surgimento das primeiras escolas de samba, descendentes diretas dessa tradição. Em cinco setores, navegamos pela história de Hilário, com críticas mordazes, reverências aos que vieram antes e um apelo para que o samba não se perca na poeira da história. 1 º Setor – Desponta o Príncipe Negro da Bahia Eis que os búzios caíram, o Oráculo de Ifá traçou o destino. Orunmilá profetizou que, nas profundezas do tempo, um príncipe negro, de raízes africanas, surgiria para guiar um povo. Nascido sob a bênção dos orixás, filho de forros e de linhagem real, ele ergueria sua voz em terras distantes. Na Bahia, berço da fé e da resistência, mosaico de crenças e tradições, sagrada e profana, exuberante, ancestral e tropical, que a profecia se concretizou. Na mística Salvador, despontou Hilário Jovino Ferreira. Sua infância se desenrolou pelas antigas ruelas de paralelepípedos, onde os aromas do dendê e do acarajé entrelaçavam-se ao perfume das flores de Yemanjá; ouvia os cantos e batuques dos terreiros de candomblé, os toques dos atabaques, berimbaus e pandeiros ecoando pelos becos; encantava-se com os festejos populares, o cortejo dos Reis Magos e as celebrações do carnaval; viu o samba germinar e a malandragem, arte de resistência, tomar forma e se estabelecer. Assim, conheceu os mistérios das encruzilhadas de Exú e absorveu a alegria e sabedoria ancestral do povo preto. Hilário cresceu e se tornou Lalau! 2º Setor – Os Ventos do Cais Aportam na Pequena África Seguindo seu destino, aportou no Rio de Janeiro. A então capital federal, efervescente e desigual. Uma cidade em reforma, odienta e violenta com os pretos e pobres, relegados à marginalidade. Mas era também a cidade onde o samba encontrava novos ritmos e a cultura afro-brasileira resistia no cais do Valongo. Sobreviver no Rio exigia habilidade e astúcia. Bom malandro e capoeirista, sabia driblar as adversidades e conquistar ...