Ponte Aérea trará encantarias dos Pankararu para o Carnaval Virtual 2023
maio18

Ponte Aérea trará encantarias dos Pankararu para o Carnaval Virtual 2023

Atual vice-campeã do Grupo Especial do Carnaval Virtual, o GRCESV Ponte Aérea apresentou o enredo que levará na busca pelo seu 4º título de campeã em 2023. De autoria de Lucas Guerra e Murilo Polato, a escola de Xancerê/SC irá cantar os rituais do povo indígena Pankararu através do enredo “Encantarias de Um Povo Vermelho”. Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela agremiação: “Encantarias de Um Povo Vermelho” SINOPSE Rancho: O flechar do curumim e o chamado de Pontiá O canto do araçari percorre os raios do entardecer que iluminam as brincadeiras dos curumins na aldeia Pankararu, em Brejo dos Padres – Pernambuco. A noite vai e todos se recolhem, na soturna madrugada os encantos pairam sobre os sonhos do povo de pele vermelha. Na cabeça de um curumim a névoa dos espíritos toma conta de sua mente. Entre as brumas de medo e agonia, ele sente a ponta da flecha no peito e seu corpo é tomado pelo sono profundo. O dia raiou e o curumim no canto “amado” fez com que surgisse entre seus familiares a suspeita de que uma perigosa noite tenha ocorrido. Ele se levanta e cai, sem forças, ao chão. Chega pai, chega mãe. Chega mais velho, chega rezadeira. A mesa será aberta na força dos Encantados, da Jurema e da Santa Cruz. Vela acesa no poró, campiô ao céu. O chacoalhar do maracá chama o panteão Pankararu. A velha rezadeira sente a correnteza em seus pés, chega a certeza que a “doença” do curumim veio de cima. A encantada das águas visitou seu sono e o flechou. O bater das folhas, no cair da tarde, é interrompido pelo cantar de um velho praiá. Dentro do poró ele entoa junto ao maracá: “Pontiê rêaa, pontiêi pontiou rêaná reiôvê Pontiê rêaa, pontiêi pontiou rêaná reiôvê Pontiê rêaa, pontiêi pontiou rêaná reiôvê” Um forte vento sopra ao final do toante e a rezadeira entende a mensagem. É Pontiá, encantado da terra, que veio interceder pelo curumim. Ao “Rancho” ele deve ser prometido e ao Encantado entregue para que seja um novo praiá Pankararu de Pontiá. Fumaça de campiô: A Santa Cruz, a Jurema e os Encantados O encantado é quem pede, e um novo praiá nasceu. É hora de celebrar a cura do menino que passou pelo “rancho”. Ajucá na aldeia e rezas no poró. Enquanto as danças no terreiro levantam poeira, os chefes-praiás se reúnem para adentrar o mundo místico Pankararu e apresentar o curumim aos encantos espirituais. O campiô é preenchido com o fumo enrolado e seco, a fumaça se espalha e entranha nas palhas secas, chamando as energias dos seus ancestrais para...

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Comemorando 15 anos de fundação, Ponte Aérea cantará Averekete no Carnaval Virtual 2022
abr09

Comemorando 15 anos de fundação, Ponte Aérea cantará Averekete no Carnaval Virtual 2022

No último dia 01/04/2022, o G.R.C.E.S.V. Ponte Aérea completou 15 anos de fundação e, dentre as comemorações da data, a escola divulgou a reformulação do seu pavilhão oficial e apresentou o enredo que levará para a disputa do título do Grupo Especial do Carnaval Virtual 2022. Apostando em uma temática africana, a agremiação presidida por Murilo Polato, e carnavalizada por Juanjo Caballero, buscará novos caminhos apresentando o enredo “Averekete – O encanto das águas salgadas com o reino dos céus”, de autoria de Lucas Guerra. Confira abaixo a sinopse do enredo: “AVEREKETE – O ENCANTO DAS ÁGUAS SALGADAS COM O REINO DOS CÉUS” Suprema é a força que emana de Avievodun, a energia inalcançável dos Jeje. Contam que em sua imensidão, é eterna a paz. Guardião do segredo de toda existência e inexistência. Principia o princípio, finda o findar. Fez nascer as energias Mawú e Lissá, a representação da Lua e do Sol, dando luz ao vazio, espalhando vida por onde tocassem. Brilho que toca a poeira do universo e reflete as viajantes estrelas. Juntas, as energias criadas por Avievodun formam a divindade dupla Dadá Segbô, o grande pai de toda criação. Fez-se a terra e a natureza, criou as energias de todo mundo, os voduns. Deu à eles as famílias da água e da terra, dos céus e dos astros, do fogo e ar. Formou-se um poderoso panteão. De origem jeje. E habitados pelos filhos de Dadá Segbô. As energias foram distribuídas, e a cada vodun foram atribuídas. O panteão foi consagrado e as famílias-voduns organizadas. Os dji-vodun formaram a família dos voduns do céu. Ao mar, to-vodun se tornarão. Na terra, os vodun ayi-vodun se consagrarão. Em cada uma delas, um vodun chefe, em cada chefe uma resposta ao pai da criação. O reino dos céus é terra do panteão do trovão. Vodun Sogbó é o grande raio que responde por todos os voduns Kavionos. O raio que risca os céus e a chuva que cai sobre as águas e a terra, o trovão que do alto ecoa e o sopro que varre os ares. Diante dos poderosos olhos de Sogbó está a verdade. Céus de luzes, cores e elementos. Vento que corre entre as nuvens, fogo que corta o ar. Energia que faz lava e água borbulhar, quentura que sobe das entranhas, chama que atiça o corpo, faz sangue ferver e se espalhar. Entre os mares e os céus, a ligação com aquilo que vai e o que vem. Elementos poderosos que se completam. Água que apaga fogo, fogo que evapora a água. Vapor aos céus faz a água chegar, chuva que manda água retornar. Estrelas...

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Conheça o enredo do GRCESV Ponte Aérea para o Carnaval 2018

PONTE AÉREA É por amor a essa pátria Brasil que a gente segue em fileira… Justificativa: A Ponte Aérea apresenta na avenida a questão histórica da terra no Brasil, resgatando as batalhas, os instrumentos de regulação e repressão que transformaram o bem natural em objeto de cobiça e propriedade. Mostrando as revoltas e movimentos populares, erguendo a bandeira das lutas do campo e reafirmando os princípios e valores do movimento dos trabalhadores sem terra. Semeia a bravura desse povo, embalando-se pela poesia dos hinos e marchas, sambas e enredos que fizeram ressoar as vozes sem terra. É preciso lutar pelo nosso chão, com a enxada na mão e a ternura no coração. Sinopse: Vem! Teçamos a nossa liberdade! Braços fortes que rasgam o chão. Sob a sombra da valentia, desfraldemos a nossa rebeldia. Plantemos nesta terra como irmãos!* Chão onde brota a vida, que sustenta a luta. Desde sempre em disputa entre nativo e o explorador. Chão que assistiu a sangria, o saque, a covardia com a natureza e com quem a cultivou. Terra dividida por português, loteada em Capitania para semear sua hegemonia e colonizar seu poder. Terra “concedida” em Sesmaria, para estimular o que se produzia e a riqueza florescer. Nêgo vai lavorar, lavorar, lavorar Nêgo vai lavorar, lavorar…** Rincão de índio virou também solo de negro, que povoava cativeiros e irrigava a plantação com a lágrima açoitada, valentia na enxada, mas a terra por eles semeada pra eles não poderia ser torrão. Nem do rendeiro, do posseiro que lutava contra o sesmeiro que lucrava e na Colônia era reconhecido. Cresceram disputas e os transtornos pra Coroa, que suspendeu as concessões e inaugurou uma nova era. “Mercado do chão”, “comércio de áreas”, surgem latifúndios. O solo agora é moeda regido por “Lei de terra”. Abolia-se a escravatura e os direitos, se forjava liberdade subjulgando ao burguês a flagelada negritude. Que não tinha terra, emprego ou dignidade, mas não lhe faltava vontade muito menos atitude de lutar por justiça e a construção de outra sociedade, ao lado de outros miseráveis que se espalhavam pelo país. Surgiram revoltas e a esperança reinava de novo. Canudos, Contextado, Porecatu e Formoso. Tantas guerrilhas movidas por gente diferente, mas com uma missão em mente: ter um chão pra subsistir. Foram oprimidas, reprimidas e combatidas, foram base para que, anos depois, as ligas camponesas pudessem existir. Só sai, sai, sai. Só sai reforma agrária com a aliança camponesa e operaria! A mobilização política ganhou corpo. Pastorais e comunistas, lavradores e operários. Com tantas vozes formando o coro, o sonho da reforma agrária apresentava outro cenário. Mas o golpe foi instalado e as conquistas...

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Samba Oficial 2017 – GRCESV Ponte Aérea
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Samba Oficial 2017 – GRCESV Ponte Aérea

“Deus e o Diabo na Terra do Sol” Compositor: Imperial e Leandro Thomaz Interprete: Diego Nicolau   Da força de Deus… A fé Da fúria do cão… A fibra A terra do homem é Sem pecado e sem perdão Ponte Aérea canta o sertão! Prepare o seu coração Pros causos que eu vou contar Lá nos confins do sertão Sobe uma prece ao céu Brilha incandescente o fogaréu Rosa sem espinho faz chorar E o vaqueiro vai tentar alcançar a esperança Mas num repente tudo isso se perdeu Tão forte a seca que até o boi correu E o coronel que lançou tanta mentira Viu no sangue da justiça o poder de Emanuel O destino que restou… Ôôô  O beato e sua fé Que promete um mundo novo E arrasta todo povo… Que já veio ou que vier! E a crença cega que a todos alucina Vai gerando sacrifícios por Jesus e por Maria Quanta maldade para quem tanto sonhou Horizonte de descrença, outro rumo se riscou Geme o cangaço, geme o coração que um dia Brincou de amor, imaginou que poderia Mudar a sina dessa gente sertaneja Dessa alma que viceja… Toda paz do arrebol Chegou o dia do juízo, da peleja Entre a Morte e o Capeta vigiados pelo sol Corre lá… Corre lá… Devaneio que não morre…  O sertão vai virar...

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Ponte Aérea apresenta enredo para 2017
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Ponte Aérea apresenta enredo para 2017

Co-campeã de 2016, a Ponte Aérea apresenta seu enredo para 2017. “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, adaptação do filme de Glauber Rocha de mesmo nome, de autoria de Guilherme Estevão, é a aposta da Ponte. Confira a sinopse.   DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL Vou contar uma história na veia da imaginação. Abrandem os seus olhos pra enxergar com atenção. É coisa de Deus e o Diabo lá nos confins do sertão. Terra castigada, onde o barro se avermelha pelo sangue da guerra, que corre entre os sulcos do chão, pela dimensão do Sol que queima e clareia. Ele, que rasga o firmamento de nosso Senhor, abrasa o clamor de quem morre de cede. Mas que não cede em meio a dor, abraçando a esperança em ver brotar o verde. Mas o mesmo solo doente é o sonho dessa gente, como Rosa e Manuel que encaminham ao céu o pedido pelo próprio rincão. O vaqueiro rumou com a boiada em direção a cidade, planejando sua felicidade ao ganhar o tostão. Só que a seca é impiedosa, se ergue majestosa em meio aos bichos e a plantação. O que era esperança viva, hoje é carcaça no chão, conduzida pelos jagunços da morte em romaria ao encontro de um capitão. Coronel Moraes, tão ruim quanto à seca, se alimentava da ignorância do humilde povo. Tentou lucrar de novo na partilha do gado. A culpa, pra ele, era do desgraçado Manuel que deixou os animais morrerem. Matando a esperança do pobre vaqueiro, viu brotar a fúria no olhar do sertanejo, que não tinha mais o que ter medo. No ventre de Moraes, empunhou a peixeira e, pelo agreste, fugiu com sua mulher sem eira nem beira. Manuel e Rosa viviam no sertão, trabalhando na terra com as próprias mãos. Até que um dia, pelo sim ou pelo não, entrou em suas vidas o santo Sebastião. Trazia a bondade nos olhos, Jesus Cristo no coração. Nasceu no mês de fevereiro, anunciando que a desgraça ia queimar o mundo inteiro. Era fogo saindo das pedras, cem dias sem “chuvê”, e o caminho da salvação todos poderiam ver… lá do alto do Monte Santo. Era o caminho pra levar ao céu o corpo e alma dos inocentes. Depois do morro, viveria sua gente, numa terra onde tudo é verde. Se os pobres faziam pão de pedra, farinha da terra, do outro lado, flor comeriam os cavalos e do leite do rio os meninos seriam alimentados. Teria água e comida, fartura do céu, e todo o dia quando o sol nascia aparecia Jesus Cristo e a Virgem Maria. O profeta negro arrebanhou fieis, despertando a desconfiança de coronéis e, sobretudo,...

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