Conheça o enredo do GRES Caprichosos do Boa Vista para o Carnaval 2018
mar11

Conheça o enredo do GRES Caprichosos do Boa Vista para o Carnaval 2018

CAPRICHOSOS DO BOA VISTA Inezita, Menina da Cidade, Caipira de Coração Dá licença, meu senhor, Dá licença minha sinhá, Cheguei agora da estrada E peço licença para eu contar, A história de uma menina, Que vocês não vão acreditar. Nascida em berço de ouro, No tempo dos lampiões de gás, Lá da velha capital Ela tinha de tudo, Mais uma coisa parecia faltar. Sabia ela piano, acordeom e violão, Mas o que ela queria mesmo Era a viola tocar Cantar igual os peões, Que a boiada ela via levar Nas fazendas da família, Que nas férias ia visitar. Cresceu então a menina, No meio dos livros estudou E muita gente conheceu Cantava e tocava para os amigos E com um deles iria casar. A curiosidade que tinha cresceu, As coisas do povo simples foi pesquisar. E foi assim, que nos palcos foi parar. Anotava em seus caderninhos Cantigas, folias, toadas, De todo esse Brasil, Deu a voz a um povo, Cantou a “marvada” da pinga Ao mesmo tempo que rondava Os corações dos sambistas. Fez rádio e também atuou, Chegou até à televisão, Mostrou aquele país, Que tanto tempo se ignorou. Por tanto tempo em suas mãos, A viola caipira chorou. Reconhecida ela foi, Até o samba a homenageou. Deixou tanta coisa gravada, Mas muita coisa para trás ainda ficou Pois um dia, naquele domingo, Ela teve de nos deixar. Viola, ó minha viola, A Caprichosos veio te homenagear Minha querida menina da cidade, Inezita, dama caipira, Rainha da música...

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Conheça o enredo do GRESV Recanto do Beija-Flor para o Carnaval 2018
mar11

Conheça o enredo do GRESV Recanto do Beija-Flor para o Carnaval 2018

RECANTO DO BEIJA-FLOR BAQUAQUA – VISÕES DA LIBERDADE Por Andre Dubois Baquaqua nasceu foi criado na cidade de Zoogoo ou, como chamaram os franceses quatro décadas depois, Djougou. Sua cidade natal fica no atual Benin. A Zoogoo do início do século XIX era ainda desconhecida dos europeus, já que ficava numa região mais central da Costa noroeste da África. Zoogoo era uma próspera cidade situada no meio da Rota D`Ouro. Região de intenso intercâmbio comercial e de passagem de diferentes povos. Uma região de muitas línguas, culturas e crenças! Um espaço de muitos contatos! A Rota D´Ouro, como o nome sugere, levava à região várias caravanas de homens que desejavam enriquecer. O ouro não era a única riqueza! Por ali os homens comercializavam alimentos, o marfim e a cultuada “noz de obi”- também conhecida como “noz de cola”. A cidade de Zoogoo era protegida por seis portais. Cada portal conta a genealogia de um povo que tinha vocação de guerreiro. O número 6 era um número sagrado para os moradores de Zoogoo. Assim como no ocidente acreditamos que os trevos de 4 folhas trazem sorte, os moradores da cidade natal de Baquaqua acreditavam que as “nozes de obi”, segmentadas em 6 partes, seriam símbolos de sorte. Membros do palácio real da cidade usavam colares com nozes de seis esferas como símbolos de poder, status e diferenciação social. A religião islâmica era preponderante na cidade de Zoogoo. Durante séculos os califados árabes no norte d´África expandiram o islamismo por diversas regiões do continente. A cidade negra de Zoogoo tinha no Alcorão seu livro de fé. A nobreza de Zoogoo mantinha uma belíssima mesquita na cidade. Essa mesquita era o grande ponto de solidariedade dos moradores da cidade, pois lá eram prestados todos os serviços do que podemos chamar de uma “cidade estado”.Na mesquita as crianças eram alfabetizadas. No mundo islâmico a alfabetização era garantida a todos os fiéis, já que para se estar em contato com Alah era vital saber ler o Alcorão. Muitos séculos antes das grandes nações “civilizadas” do ocidente garantirem a universalização da alfabetização, as regiões dominadas pelos califados já viviam essa realidade. Aos meninos eram ensinados os números! Se esperava que os meninos praticassem, quando adultos, o comércio da Rota D´Ouro. Foi nesse ambiente de incríveis contatos culturais que cresceu o menino Mahommah Baquaqua. Já adulto Baquaqua se especializaria em comercializar a noz de obi- noz de cola. Em África essa noz é conhecida como “fruto sagrado”. Ela é comida nos acontecimentos mais importantes dos povos que vivem nessa região.Segundo um ancião africano: “A cola é um símbolo de unidade entre os homens e Deus. A...

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Conheça o enredo do GRESV Imperiais do Samba para o Carnaval 2018
mar11

Conheça o enredo do GRESV Imperiais do Samba para o Carnaval 2018

IMPERIAIS DO SAMBA ANANSI – UM NOVO ITÃ À HUMANIDADE É noite… Sem estrelas, sem luar e sem horas. É a noite que se traveste de dia quando o sol se ergue no horizonte. Mesmo assim ainda há escuridão, cada vez mais densa sendo lançada de dentro e para dentro dos seres humanos. Nessa noite escura transbordam verdades absolutas onde floresce a intolerância. A palavra de Deus – o mesmo de todos nós independente da crença – se torna arma para o ódio perseguir e destruir a fé que não é a mesma do algoz. O Cristo de braços abertos sobre a Guanabara cerra seus olhos para não ver o quanto deturparam seus ensinamentos. “Perdão meu pai, eles não sabem o que fazem.”. Contra a intolerância disfarçada de verdade, contra a fúria arrasadora dos adoradores do novilho de ouro – ouro subtraído de fiéis manipulados – e que tentam calar os tambores e as histórias de matriz africana, a Imortal do Samba evoca o poder mitológico de Anansi, aquele que foi capaz de tecer as histórias do mundo todo. Que possamos reescrever a história do povo brasileiro. Que seja uma história de tolerância e respeito, permitindo assim que os tambores de cada terreiro possam manterem vivas suas tradições e vivos os itãs (mitos) dos encantados Orixás. Contra você que fala de Deus sem colocá-lo no coração… Contra você que faz da bíblia uma arma de ódio… Contra você que ergue seus templos sobre a exclusão… Contra todos que não aceitam que toda fé conduz ao mesmo Deus… ANANSI UM NOVO ITÃ À...

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Conheça o enredo do GRESV União da Gávea para o Carnaval 2018

UNIÃO DA GÁVEA Elza Soares: A mulher do fim do mundo desperta o poder feminino! Sonhei um sonho lindo… O mundo recriar Com a voz que pode vencer o mal! Eu vim do “Planeta Fome! ” Onde ninguém tem nome Atravessei desertos e montanhas… Venci a Dor e a Pobreza Para me tornar a Dona do Carnaval Hoje sou fantasia… Um delírio sem igual Seguindo a trilha de um “ritmo quente” Me dissolvi no sangue de cada mulher fervente Conheci A Origem Negra que navega em mim… Sou um “navio humano” No corpo eu carrego A raiz e o barro do mangue Vida à beira do Mar Fecundo… O poder gerador de estrelas é feminino! A Lama é feminina… Dela eu surgi para dançar Com Sentinelas, Taifeiros, Estrelas, Madrugadas e Escolas de Samba… Superei Miséria, preconceito, abuso e discriminação! E em momento algum deixei de cantar minha canção! Assim conquistei, amei, sobrevivi! Por isso “Me respeita” que “o laço se fechou” O velho mundo acabou! O machismo perdeu a vez Caducou na loucura do freguês! E cada uma de nós está na sua origem… Toda mulher é rainha, toda mulher é negra, Toda mulher é sua mãe… E sua mãe é geradora de vida! Vai dizer que não sabia? “Moço olha o vexame! ” Então acho bom me escutar Obedece a minha lei Segue a minha fé! “Beba-me! ” Quebrei a Máquina Quebrei com a ginga do meu samba Sou todas as mulheres em uma… Sou Elza Soares Sou “Paixão selvagem” Eu sou a “Dona da Barriga” Eu sou a mãe de Deus! A Mensagem da Mulher do Fim do Mundo Não se trata de um enredo que fale de Elza, mas sim, por Elza! Ou melhor, através de Elza Soares… Por ela observamos o poder da feminilidade e sua importância ancestral. Bastava dizer isto! Mas em um mundo racional, é bom que acrescentemos algo mais… Mas a razão gosta de tentar explicar tudo e talvez diante desta eloquente figura devamos reverenciar a razão, ou quem sabe fugirmos um pouco para ela… Em uma sociedade hipócrita, materialista e masculinizada Elza Soares é exemplo ao simplesmente ser quem é… Um símbolo do Poder Feminino. Venceu e provou seu talento! E agora volta a fazer sucesso quando muitos, especialmente os mais jovens haviam se esquecido dela. Com um trabalho mitológico, pois carregado de mito e simbolismo em suas letras, com um visual bem construído. Surge agora como uma aparição! Negra, Mulher, ela é todas as mulheres em uma, ela é todas as Negras, e mais, ela é a senhora do mangue, a lama geradora de vida, a Escuridão da Criação dentro...

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Conheça o enredo do GRCESV Ponte Aérea para o Carnaval 2018

PONTE AÉREA É por amor a essa pátria Brasil que a gente segue em fileira… Justificativa: A Ponte Aérea apresenta na avenida a questão histórica da terra no Brasil, resgatando as batalhas, os instrumentos de regulação e repressão que transformaram o bem natural em objeto de cobiça e propriedade. Mostrando as revoltas e movimentos populares, erguendo a bandeira das lutas do campo e reafirmando os princípios e valores do movimento dos trabalhadores sem terra. Semeia a bravura desse povo, embalando-se pela poesia dos hinos e marchas, sambas e enredos que fizeram ressoar as vozes sem terra. É preciso lutar pelo nosso chão, com a enxada na mão e a ternura no coração. Sinopse: Vem! Teçamos a nossa liberdade! Braços fortes que rasgam o chão. Sob a sombra da valentia, desfraldemos a nossa rebeldia. Plantemos nesta terra como irmãos!* Chão onde brota a vida, que sustenta a luta. Desde sempre em disputa entre nativo e o explorador. Chão que assistiu a sangria, o saque, a covardia com a natureza e com quem a cultivou. Terra dividida por português, loteada em Capitania para semear sua hegemonia e colonizar seu poder. Terra “concedida” em Sesmaria, para estimular o que se produzia e a riqueza florescer. Nêgo vai lavorar, lavorar, lavorar Nêgo vai lavorar, lavorar…** Rincão de índio virou também solo de negro, que povoava cativeiros e irrigava a plantação com a lágrima açoitada, valentia na enxada, mas a terra por eles semeada pra eles não poderia ser torrão. Nem do rendeiro, do posseiro que lutava contra o sesmeiro que lucrava e na Colônia era reconhecido. Cresceram disputas e os transtornos pra Coroa, que suspendeu as concessões e inaugurou uma nova era. “Mercado do chão”, “comércio de áreas”, surgem latifúndios. O solo agora é moeda regido por “Lei de terra”. Abolia-se a escravatura e os direitos, se forjava liberdade subjulgando ao burguês a flagelada negritude. Que não tinha terra, emprego ou dignidade, mas não lhe faltava vontade muito menos atitude de lutar por justiça e a construção de outra sociedade, ao lado de outros miseráveis que se espalhavam pelo país. Surgiram revoltas e a esperança reinava de novo. Canudos, Contextado, Porecatu e Formoso. Tantas guerrilhas movidas por gente diferente, mas com uma missão em mente: ter um chão pra subsistir. Foram oprimidas, reprimidas e combatidas, foram base para que, anos depois, as ligas camponesas pudessem existir. Só sai, sai, sai. Só sai reforma agrária com a aliança camponesa e operaria! A mobilização política ganhou corpo. Pastorais e comunistas, lavradores e operários. Com tantas vozes formando o coro, o sonho da reforma agrária apresentava outro cenário. Mas o golpe foi instalado e as conquistas...

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